#NOTÍCIAS Por Nacélio Alves, 13 Jun 23
#NOTÍCIAS Por Nacélio Alves, 13 Jun 23
O mês de Maio é marcado pela conscientização sobre o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, por meio das campanhas e leis federais: Maio Laranja (instituído pela lei 14.432/2022) e Faça Bonito (18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes).
Em seu 23º ano de mobilização, o Dia 18 de Maio – “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, instituído pela Lei Federal 9.970/00, é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro e que já alcançou muitos municípios do nosso país.
O objetivo é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É necessário garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livre do abuso e da exploração sexual.
O Maio Laranja, instituído pela lei 14.432/2022, é uma inciativa que visa dar visibilidade a este assunto durante todo mês e sonha que esta data e este mês esteja na memória de cada brasileiro durante todos os anos.
A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social, de local de moradia (rural ou urbana), de geração e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros.
A violência sexual nesses casos ocorre tanto por meio do abuso sexual intrafamiliar ou interpessoal como da exploração sexual. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, por estarem vulneráveis, se tornam mercadorias e assim são utilizadas nas modalidades de exploração sexual como: tráfico, pornografia, contexto da prostituição e exploração sexual no turismo.
Em 2022, segundo a Safernet, foram registradas 111.929 denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet; aumento de 9,91% em relação a 2021.
No mundo, de acordo com dados da NCMEC (National Center for Missing and Exploited Children) foram registradas 29,3 milhões de denúncias de materiais pornográficos envolvendo crianças e adolescentes, de 2019 a 2020. São 84,9 milhões de fotos, vídeos, entre outros conteúdos.
Os últimos anos, em especial 2020–2022 foram marcados por uma série de desafios num contexto da Pandemia da Covid 19, que fragilizaram a proteção às crianças e adolescentes em nosso país, e em especial o enfrentamento à violência sexual. E somada à crise sanitária, houve o aumento da pobreza e do desemprego, o desmonte de serviços de proteção, a inexistência de políticas públicas e a falta de investimento e orçamento público.
Importa destacar a responsabilidade do poder público e da sociedade na garantia do atendimento a crianças, adolescentes e suas famílias, por meio da atuação em rede, fortalecendo o Sistema de Garantia de Direitos preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8.069/90) e tendo como lócus privilegiado os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente no âmbito dos estados e municípios.
É fundamental a ampla adesão de municípios, redes estaduais, organizações não governamentais e setor privado na mobilização em torno do Dia 18 de maio.
1. MOBILIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DE MASSA:
Atos de rua, caminhadas, com a participação de crianças e adolescentes, fortalecendo a participação e o protagonismo de crianças e adolescentes.
2. INCIDÊNCIA POLÍTICA
Audiência Pública no Congresso Nacional, nas Assembleias, Câmaras Municipais para cobrar as ações de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e o orçamento público assegurado, sobretudo o balanço da implantação do Plano Nacional, Estadual e Municipal.
3. PAUTA TÉCNICA
Realização de Seminários, Oficinas, Rodas de Conversa organizados pelos Comitês, Redes, Fóruns e Conselhos de Direitos sobre a temática da violência sexual contra crianças e adolescentes e os desafios pós pandemia, dialogando e construindo estratégias para que a rede possa assegurar a proteção e a prevenção:
# Entre outras atividades a implementação da Lei 13.431/17 – Lei da Escuta Protegida. É essencial que os municípios criem os Comitês de Gestão Colegiada, desenhem os Fluxos de Atendimento e construam o Protocolos Único de Atendimento Integrado. Incentiva-se atenção especial para a elaboração dos fluxos e protocolos integrados da rede de educação, uma vez que este tem se constituído em um espaço onde muitas crianças e adolescentes revelam as violências sofridas; Garantia de atendimentos culturalmente adequados para crianças e adolescentes pertencentes aos povos e comunidades tradicionais, em especial das meninas Yanomamis;
# E sobretudo pensar em estratégias frente aos desafios das novas tecnologias de informação, comunicação e a internet no contexto das violências.
A Associação Unidos para o Progresso (AUPP) apoia e contribui com todas as iniciativas de enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente e reitera a importância de evidenciarmos temas tão importantes para a proteção da infância.
18 de Maio - #18demaio | Faça Bonito (facabonito.org)
Maio Laranja - https://www.childfundbrasil.org.br/maio-laranja#maio-laranja
Reportagem da TV Globo sobre o Maio Laranja - Jornal Nacional | Maio Laranja é dedicado ao combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes nas redes | Globoplay
Dentre os tópicos abordados, destacaram-se a diversidade sexual, os direitos sexuais, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a importância do consentimento. Os participantes também tiveram a oportunidade de explorar as questões de gênero, identidade e orientação sexual, buscando desmistificar estereótipos e preconceitos que frequentemente cercam essas temáticas. A facilitadora, trouxe um olhar técnico que desmitifica tabus ainda muito presente nos diálogos cotidiano sobre o tema. E como resultado desse momento inicial, percebemos o engajamento preciso dos participantes e a postura centrada e comprometida com toda a proposta.
A gestora da AUPP, Neidinha Azevedo ressalta que “o tema da sexualidade ainda carrega preconceitos e estereótipos. E que o convite é para tratarmos a sexualidade, como uma das linhas de vivencias, inerente ao nosso ser, como bem apresenta a Pedagogia Biocêntrica.”
Para Natalia Lima, educadora de referência do programa Eu me amo Eu me cuido, a capacitação foi uma oportunidade valiosa de aprimoramento pessoal e profissional. "Diferente das formações tradicionais, tivemos a oportunidade e autonomia de explorar o tema da sexualidade. Podemos vivenciar na prática dinâmicas que enriqueceram o nosso próprio repertório de atividades, pois a própria Sandra nos alertou a possibilidade de replicar em nossas ações futuras. Foi uma experiência que teve muito a agregar, tanto em minha vida pessoal quanto na minha vida profissional, enquanto educadora.” afirmou Natalia.
A realização dessa capacitação faz parte do processo de implantação do programa “Eu me amo Eu me cuido”, novo programa que a AUPP em parceria com o ChildFund Brasil estará implantando em seu território.
A expectativa é que os educadores e voluntários capacitados se tornem agentes multiplicadores desse conhecimento, na execução do programa, por meio de sessões com os grupos de atenção de 6 a 14 anos, contribuindo para a formação de uma sociedade mais informada, consciente sobre sexualidade e a proteção infantil.
Neidinha Azevedo, conclui que “envolvidos nesses saberes e bebendo desta fonte, concluímos que é urgente a proposta de formação sobre sexualidade para multiplicadores/as (educadores sociais, lideranças, professores), contribuindo assim para uma nova consciência reflexiva, vivencial, possibilitando uma nova dinâmica nas relações entre todos/as.”